O Metal não morreu! Não é preciso começar ouvindo Cannibal Corpse ou Suicide Silence, por isso selecionamos portas de entrada mais fáceis para interessados no estilo.
O gênero mais brutal da música popular é o metal. Ao contrário da crença popular, o estilo musical não se resume a vocais guturais e letras sobre violência. Essa divisão da música possui uma variadíssima gama de subgêneros, muitos com abordagens completamente diferentes. A mera menção de alguns tipos de metal pode deixar um curioso confuso: Death, Thrash, Progressive, Black, Groove, Doom. Para se ter uma noção da extensão das diferentes formas do gênero, basta ouvir em sequência Carry On (Angra) e The Saw Is the Law (Whitechapel).
Eis o motivo de criarmos essa lista, que não pretende ser um “starter pack” ou uma seleção que alguém como o crítico de música Anthony Fantano faria. A ideia é que essa seja uma classificação alternativa entre várias opções encontráveis on-line e que se destine a ouvintes totalmente desacostumados com música pesada.
Não se pretende que os critérios usados na escolha dos discos sejam os mais técnicos ou abrangentes possíveis, mas apenas uma forma de selecionar álbuns que funcionem bem como portas de entrada para interessados no gênero mais pesado produzido pela humanidade.
Once (Nightwish, 2004)
É o quinto projeto de estúdio da banda finlandesa de metal sinfônico. Contou com participação da Orquestra Filarmônica de Londres e vendeu 2,3 milhões de cópias mundialmente até 2013. O sinfônico, por unir elementos de música clássica ao metal, torna o subgênero mais palatável a ouvintes novatos.
Once traz uma atmosfera épica e melancólica, o que pode tornar o ouvinte mais familiar com a natureza séria do metal, ao mesmo tempo em que entrega elementos acessíveis à grande parte do público.
Nemo, um dos singles do projeto, é uma porta de entrada inofensiva ao gênero, perfeita para quem ainda tem “medo” de adentrar em um álbum com som extremo. Os vocais operísticos de Tarja Turunen, acompanhados de riffs “inofensivos”, levam o gosto do quão belo o metal pode ser.
Recomendação para quem houver gostado de Once: Angels Cry (Angra).
Toxicity (System of a Down, 2001)
O album contém três dos maiores hits da banda oriunda da California (EUA): Chop Suey!, Toxicity e Aerials. A obra lida com vários temas, mas muitas de suas faixas tecem comentários sociais e políticos, como Prison Song e Deer Dance.
Toxicity demonstra um pouco do quão político o metal consegue ser. Os quatro gênios “loucos” do System trouxeram à cena um estilo de letras abstrato, o que gerou entrevistas nas quais os membros foram indagados a respeito do significado delas.
SOAD pode ser vista como uma banda de metal alternativo. Toxicity é um bom exemplo do toque experimental que o grupo consegue dar à própria música, seja nas letras bizarras de Jet Pilot ou na extensão diminuta de X, uma pequena faixa que encontra seu lugar no meio da tracklist.
Toxicity é recheado de faixas com abordagens diferentes entre si, o que o torna um álbum variado e anti-tédio, perfeito para quem quer imergir no gênero pela primeira vez.
Recomendação para quem houver gostado de Toxcity: The Battle of Los Angeles (Rage Against the Machine).
Metallica (Metallica, 1991)
Conhecido como The Black Album (O Álbum Negro), o quinto álbum de estúdio da icônica banda de thrash metal marcou uma mudança de sonoridade do grupo. O disco permaneceu quatro semanas em primeiro lugar na Billboard.
Não é tão difícil encontrar alguém que casualmente se denomine eclético ou fã de Rock que não tenha escutado os singles Enter Sandman ou Nothing Else Matters.
A adição do Black Album à lista reside na diversidade temática das letras do CD (temos até uma faixa sobre lobisomens).
Enquanto alguns gêneros possuem temas comuns, como a relação do pop com love songs, o metal não conhece um punhado específico de temas frequentes. Com a audição de apenas algumas bandas é possível ler letras que variam de episódios históricos até opniões políticas. O Black Album leva um pouco dessa diversidade aos ouvintes, além de ser uma obra introdutória a uma das bandas de metal mais conhecidas no mundo.
Recomendações para quem houver gostado de Metallica: The Number of the Beast (Iron Maiden), Painkiller (Judas Priest), Vulgar Display of Power (Pantera).
Hybrid Theory (Linkin Park, 2000)
O álbum de estreia da banda americana vendeu mais de 30 milhões de cópias no mundo todo até 2014. O projeto tornou o grupo tão famoso que o levou a performar junto de Jay-Z e Paul McCartney. Hybrid Theory é um bom exemplo do que se pode encontrar no nu metal, visto que a obra combina elementos do metal com rap e música eletrônica. As letras têm apelo popular com seus temas a respeito de problemas emocionais.
As faixas, com estruturas variadas, oferecem um trabalho dinâmico, o que proporciona uma audição acessível. Ao mesmo tempo, a qualidade dos vocais de Chester Bennington entregam ao ouvinte o trabalho de um dos vocalistas mais icônicos do metal.
Recomendações para quem houver gostado de Hybrid Theory: Follow the Leader (Korn), Bitterness the Star (36 Crazyfists).
Berserker (Amon Amarth, 2019)
Amon Amarth é um bom representante de viking metal (sim, existe um subgênero do metal focado em temas relacionados aos guerreiros nórdicos). Porém, Amon Amarth também é um poderoso representante do subgênero death metal melódico.
Embora você encontre apenas vocais guturais no disco, a grande quantidade de melodia presente na música torna Berserker mais acessível a um ouvido desacostumado em relação a projetos mais extremos. O foco das letras em descrições ou narrações pode acostumar o fã a outras bandas consagradas que também usam os mesmos recursos, como Iron Maiden e Judas Priest.
Recomendação para quem houver gostado de Berserker: The Black Crown (Suicide Silence).
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